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09/01/2025 - quarta-feira - 05:57 PM

Disseminação da ferrugem-asiática exige cuidados para o manejo adequado

Início da safra foi propício para a doença, mas redução das chuvas em janeiro pode desacelerar a ferrugem e alterar o manejo
Foto de agrônomo e produtor em lavoura de soja sob céu azul com nuvens. Eles estão olhando para uma planta de soja.

As chuvas recorrentes e as temperaturas amenas ao longo de dezembro proporcionaram boas condições para o início do desenvolvimento da soja. No entanto, essas circunstâncias também foram propícias para a ferrugem-asiática, uma das principais doenças da cultura. A patologia já está disseminada no Rio Grande do Sul, com oito ocorrências registradas até o momento, de acordo com o Consórcio Antiferrugem. Na região de atuação da Cotrijal, a doença se estabeleceu no final de dezembro.

“Temos um programa de monitoramento da doença e percebemos que existe uma pequena quantidade de esporos sendo coletada semanalmente aliada a uma boa condição de clima em várias regiões de atuação da cooperativa. E temos também o hospedeiro, que é a própria planta de soja, fechando o triângulo da doença”, explica Leodário Montemezzo, agrônomo e difusor técnico da Cotrijal.

A incidência e o manejo da ferrugem dependem do clima de cada localidade. Nas áreas mais ao norte da região de atuação da cooperativa, que registraram chuvas regulares e seguem mantendo alto potencial produtivo, as condições de umidade e temperatura estão propícias para a ferrugem, que está inoculada e se desenvolvendo. Já nas regiões central e sul, a falta prolongada de chuvas está desacelerando a evolução da ferrugem e, com isso, o desenvolvimento da doença pode até mesmo cessar.

Essas diferenças de clima também são decisivas para definir o manejo da ferrugem-asiática. “Para as regiões que tiveram chuvas nos últimos 10 a 15 dias, precisamos manter as aplicações, tendo como princípio base os triazóis, fungicidas de contato, protetores e também preventivos para frear o avanço da doença e impedir novos focos. Para aqueles produtores que estão em regiões que já ultrapassam de 18 a 20 dias sem chuvas, é muito importante que o produtor tenha muita cautela em aplicar ou não os fungicidas e, caso decida aplicar, que essa decisão seja tomada em conjunto com o Departamento Técnico (Detec) da cooperativa para que as ações não prejudiquem o andamento da soja”, recomenda Montemezzo.

Fitotoxicidade

Esse cuidado na definição do manejo visa evitar a fitotoxicidade, isto é, efeitos negativos às plantas causados por aplicações indevidas ou incorretas. “Devemos ter a consciência de que precisamos sim proteger a lavoura dos patógenos que podem atacar, porém não podemos entrar com uma ferramenta que cause mais prejuízos e danos do que a própria doença”, ressalta o agrônomo da Cotrijal.

“Devemos ter a consciência de que precisamos sim proteger a lavoura dos patógenos que podem atacar, porém não podemos entrar com uma ferramenta que cause mais prejuízos e danos do que a própria doença”

Leodário Montemezzo, agrônomo e difusor técnico da Cotrijal

Novamente, o clima determinará os procedimentos que devem ser adotados para prevenir a fitotoxicidade. Nos casos em que a umidade do solo está adequada e as plantas estão bem hidratadas, a recomendação é observar as condições climáticas e manter o planejamento prévio, realizando aplicações preferencialmente noturnas.

Já nas regiões onde os solos estão secos e as plantas desidratadas e com evapotranspiração elevada, é preciso reavaliar o manejo. “É possível que tenhamos que substituir ferramentas ou até mesmo cessar as aplicações de fungicidas nessas áreas mais críticas”, explica Montemezzo.

O Detec da Cotrijal está à disposição para análises específicas para cada localidade, inclusive podendo indicar os horários mais seguros para as aplicações.

Identificação


Atenção

Apesar da severidade da ferrugem, outras doenças que também podem afetar a soja devem ser monitoradas. Nesta safra, que começou com chuvas regulares e agora registra redução das precipitações, é preciso ficar atento às doenças de final de ciclo. “Esses fungos estão na palhada e no solo. Nas primeiras chuvas, quando a soja estava no período vegetativo, eles já entraram na planta. Portanto, é importante manter algumas aplicações visando doenças de final de ciclo para que não tenhamos problemas ao final da cultura com essas doenças, digamos, secundárias”, recomenda o difusor técnico da Cotrijal.

Já nas regiões com clima extremamente seco, os insetos devem ser o foco, especialmente tripes e ácaros. “Em áreas onde foi necessário cancelar as aplicações de fungicidas, o produtor precisa continuar com o manejo de inseticidas”, finaliza.

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